terça-feira, 30 de novembro de 2010

Rafaella Amaral em: CARTOMANTE

Elis Regina - Cartomante


Nos dias de hoje é bom que se proteja
Ofereça a face pra quem quer que seja
Nos dias de hoje esteja tranqüilo
Haja o que houver pense nos seus filhos

Não ande nos bares, esqueça os amigos
Não pare nas praças, não corra perigo
Não fale do medo que temos da vida
Não ponha o dedo na nossa ferida

Nos dias de hoje não lhes dê motivo
Porque na verdade eu te quero vivo
Tenha paciência, Deus está contigo
Deus está conosco até o pescoço

Já está escrito, já está previsto
Por todas as videntes, pelas cartomantes
Tá tudo nas cartas, em todas as estrelas
No jogo dos búzios e nas profecias

Cai o rei de Espadas
Cai o rei de Ouros
Cai o rei de Paus
Cai não fica nada


Com essa letra composta por Ivan Lins e Vitor Martins e imortalizada na voz de Elis Regina que retrata o período de opressão da cultura e da liberdade de expressão durante a ditadura militar no Brasil (1964 – 1985) gostaria de chamar atenção para o fato de que nada é eterno.
Nenhum império permanecerá intocável como também nenhum governante ou líder exercerá sua influência ad eternum. A única exceção, até os dias de hoje, para confirmar a célebre frase de que para toda regra há sempre exceção, é a influência que o cristianismo causa na vida dos ociedentais.
Então, por que tanta ambição pelo poder? Se sabemos que nada é eterno, inclusive que a única certeza é que o destino de todos é a morte, por que tanta vaidade, por que tanta hipocrisia, por que tamanha cede de querer ganhar a todo custo ou querer aparecer passando por cima dos sentimentos do outros.
Por que diminuir as vitórias dos outros e querer ver a si como melhor em tudo?
Vejo algumas respostas: egoísmo, ignorância e falta de maturidade.
A vida é caracterizada por batalhas diárias e não é porque você ganhou algumas delas que pode se considerar vencedor. Entre o fracasso e a glória existe uma linha tênue que só consegue enxergar aqueles que compreendem que vencer não é o mais importante.
Acredito que o fundamental é como se vence. É vencer e não ser questionado pelo fato de ter destruído a estima de pessoas de caráter que merecem nosso respeito, ou seja, é antes de tudo se colocar no lugar do outro.
O que a maioria das pessoas faz nessa vida, certamente, não será lembrado por mais de duas gerações. Você irá morrer e sequer seus netos, se você chegar a tê-los, lembrarão de quem você foi ou do que fez, seus ossos serão esquecidos nas gavetas das sepulturas e ninguém lhe visitará no cemitério, se você chegar a ser enterrado em algum deles, exceto seus parentes mais próximos, ou melhor, apenas alguns de seus filhos e por alguns minutos durante o ano (Dia de finados, Dia dos pais, Dia das mães, etc.) até que eles também cheguem a falecer, a menos que você consiga causar grandes males ou ter melhorado a vida de muitas pessoas ou ter sido imortalizado pela arte ou pelos livros de História.
Mas de que vale ser lembrado se você não estará mais aqui para usufruir de tudo isso?
Então, por que não olhar para as pessoas sem querer que elas lhe façam reverência? Por que não querer conviver em um ambiente agradável que lhe faça crescer como ser humano?
Até as leis da biologia já confirmam que a competição é prejudicial para ambas as espécies envolvidas. As duas saem perdendo em um tipo de relação ecológica perde-perde.
Tazendo as idéias da Biologia para o ambiente organizacional, compreendo que o que se estimula nas famílias, nas universidades e nos empregos, em geral, por exemplo, é totalmente o inverso do que os cientistas já explicaram: a cooperação é mais eficiente do que a competição.
Termino minhas palavras sem querer ser a dona da verdade ou me mostrar superior a ninguém, mas gostaria de agradecer a todos pelo apredizado nesses quatro meses de convivência.Nem o rio é mais o mesmo, nem o homem também o é e, por isso, espero que sejamos pessoas melhores depois de todos os acontencimentos vivenciados.

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